Amor incondicional: relação de afeto entre humanos e animais

 

Eles fazem a vida dos humanos ser mais alegre e saudável. Quem ama os animais, percebe facilmente o quanto esta convivência é benéfica, e o quanto esta amizade verdadeira pode ofertar. Filmes como “Marley e eu” e “Sempre ao seu lado”, sucessos de bilheteria baseados em fatos reais que levaram a plateia às lágrimas, mostram a intensidade que pode ter os laços de amor e amizade criados entre humanos e animais. Fora das telas do cinema, histórias como estas podem ser facilmente encontradas. Cães e gatos, entre outros animais, ganham espaço nas casas e nos corações de muitas pessoas, para quem eles não são apenas animais, mas sim, membros da família.

 

Cecília Santos não perde a esperança de reencontrar Pitoco, seu cachorro que está desaparecido desde o último mês de setembro, e que para ela é como um filho. Cecília conta que Pitoco nasceu na casa de uma tia, e sua afeição por ele aconteceu desde o momento em que o viu pela primeira vez. Depois de alguns dias em que ele estava sob seus cuidados, o cãozinho começou a sofrer convulsões, e foi diagnosticado que ele estava com  cinomose. Todos diziam que ele não iria sobreviver, mas Cecília não perdeu as esperanças. Pesquisou sobre os sintomas que Pitoco apresentava, e ofereceu a ele, sozinha, todos os cuidados possíveis. O cão conseguiu sobreviver, crescendo ao lado de Cecília como um filho.                                                                                Após o desaparecimento de Pitoco, Cecília iniciou uma busca incansável. Por meio da rede social Facebook, a foto do animal pode ser vista e compartilhada por centenas de pessoas, mas ela afirma que esta é apenas a parte mais cômoda de sua procura, pois por muitas vezes saiu para procurá-lo, mesmo sob a chuva e em locais ermos.

 

Hoje, ela tem como companheiro Pitoco Júnior, filho de Pitoco que ela chama de seu “neto”, mas em momento algum ela perde a esperança de encontrar seu “filho” desaparecido. “Em todos os momentos eu penso nele. Penso em como ele pode estar sendo tratado, se tem o mesmo carinho e dedicação que recebia aqui em casa, e em como eu gostaria de tê-lo de volta”, declara Cecília. Outro exemplo de amor e dedicação aos animais é o que mostra Marilian Sena, voluntária da ONG SGPAN (Sociedade Galdina Protetora dos Animais e da Natureza, na cidade de Caeté). Marilian relata que por toda sua vida nutriu uma grande paixão pelos animais, e além disso sempre gostou de cuidar de animais abandonados, para os quais buscava encontrar adotantes. Em sua casa, Marilian cria as cadelas Mel, Bibi, Flor e Niquita, que ela considera membros de sua família.

 

Com o apoio da filha Marcele, que também é voluntária da ONG, Marilian passou a oferecer lar temporário a animais recolhidos nas ruas, que normalmente chegam à sua casa com problemas como vermes e sarna. Estes animais permanecem sob seus cuidados até que estejam prontos para serem adotados. Quando saem de lá e encontram um lar definitivo, fica a saudade, mas ao mesmo tempo a satisfação por ter ajudado mais um animal, e um novo espaço se abre para outro animal que necessite de sua ajuda.

 

Para realização deste trabalho voluntário, Marilian conta com o apoio de pessoas que também gostam dos animais, mas lamenta algumas atitudes: “Em alguns locais os animais abandonados estão se aglomerando. Pessoas abandonam cadelas prenhes, animais idosos e doentes, que são os que mais precisam de apoio. Simplesmente abrem as portas de seus carros, colocam o animal para fora e vão embora. São demonstrações da falta de cuidado e de caridade que o ser humano tem com os animais”, afirma Marilian.

 

Para adotar um amigo:

 

A jornalista e coordenadora de comunicação da ONG SGPAN, Patrícia Dutra, explica que quem compra animais está coordenando um esquema de produção que explora as fêmeas, e que muitos canis são mantidos em péssimas condições, levando muitos animais à morte. “Além de tudo isso, quem compra animais está deixando de adotar um animal de rua, que pode ser tão lindo e amoroso quanto um cão de raça”, afirma Patrícia, que também esclarece que antes de tomar a decisão de adotar um animal, é necessário ter clareza que os animais não são produtos, nem presentes, nem brinquedos, mas seres que sentem alegria, tristeza, dor, medo e saudade, assim como os humanos. “O adotante deve saber que o animal precisa ser levado ao veterinário, precisa de espaço para brincar, não pode ficar preso em correntes nem ir para a rua, precisa de vacinas, vermífugos e outros cuidados. É preciso também que todos os moradores da casa estejam de acordo com a adoção, e conscientes de que os animais também envelhecem, e é nesta fase da vida que eles mais precisam de nós”, explica Patrícia.

 

Esta matéria foi produzida pela Elizangela Fontana, aluna do Centro Universitário Estácio de Sá, e ficou em primeiro lugar no prêmio Festival de Comunicação "Vai a Roma", promovido pelo Centro Universitário.